Servidor da secretaria de obras é autor de umas das esculturas emprestadas para Unifebe

Vilson Alves dos Santos – o Victor se inspirou em sua infância para criar a escultura “O Menino Curioso”

BRUSQUE

  9 de março de 2021


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Servidor da secretaria de obras é autor de umas das esculturas emprestadas para Unifebe

Esta semana foram expostas no campus da Unibebe, bairro Santa Terezinha, seis esculturas que estavam espalhadas pelo município. As obras foram emprestadas por tempo indeterminado pelo Poder Público Municipal para a instituição, por meio da Diretoria de Turismo e Fundação Cultural. O autor de uma das esculturas é o servidor da Secretaria de Obras, Vilson Alves dos Santos – o Victor (49).

De acordo com o agente de obras, ele trabalhou em todos os simpósios realizados em Brusque e era o responsável por auxiliar os artistas, tendo trabalhado com mais de 100 profissionais de diversas nacionalidades.

“Muitos deles vinham de países mais frios e tem diferença de pedra. Lá, elas são moles e aqui bem mais firmes. Por isso, eles precisavam da minha ajuda”, conta. Em 2003, enquanto auxiliava uma artista colombiana, Victor ganhou duas lascas de pedra. “Foi com esse material que fiz a escultura do menino, que agora está na Unifebe. Essa obra fez parte do simpósio e foi colocada em uma base bem alta na época. O nome da escultura é “O Menino Curioso”, porque ele escala e fica em um patamar alto para ver o que tem do outro lado”, comenta.

Segundo ele, na Unifebe a escultura foi colocada em uma base mais baixa, mas mesmo assim não perdeu a essência. “Essa obra representa muito para mim e relembra a minha infância. A liberdade de explorar novos lugares. Nós fomos criados em cinco irmãos, em uma situação muito humilde, mas sempre explorando coisas novas. Meus pais saíam para trabalhar e a gente ficava à vontade. Lembro muito da minha infância e da curiosidade de querer fazer e aprender. Isso é o que significa essa obra”, explica.

Dom de artista

Segundo o historiador da Fundação Cultural de Brusque, Álisson Castro, a obra não consta nos catálogos oficiais do Simpósio, tendo sido realizada de forma informal.

Victor comenta que sempre admirou muito a forma como os artistas trabalhavam com as pedras e ficou muito feliz em aprender e fazer uma obra que agora será vista por diversos estudantes e pela comunidade.

“O que me motivou a fazer a obra foi que eu me encantei pela possibilidade de pegar a pedra bruta e deixar da forma como eles faziam. Aí no terceiro simpósio eu comecei a olhar as pedras e pensar em esculturas. Era como se as pedras falassem. Então, tive a oportunidade e vi que eu tinha esse dom, que até então eu desconhecia. Aquele período foi uma faculdade para mim”, destaca.

Nesta terça-feira (9), o servidor está fazendo uma pintura no Horto Florestal. “São alguns desenhos próximo ao refeitório para dar mais vida ao espaço”, ressalta ele, que chegou a receber convite para trabalhar na Europa.

“Na época não fui e hoje tenho a minha família e quase não tenho oportunidade de colocar meu dom em prática”, conclui.

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