Grupo Mulheres Polivalentes vai a Pomerode e Blumenau

Permitir novas experiências em um dia de lazer, o que gera benefício tanto para a saúde física quanto mental de pessoas acometidas ou com história de câncer de mama ou de útero. Com esse objetivo, 12 integrantes do grupo Mulheres Polivalentes seguiram nesta quinta-feira (30), para Pomerode, onde participaram da programação da Osterfest, e da Páscoa em Blumenau, na Vila Germânica.

Desde o primeiro momento, no café da manhã de boas-vindas na Clínica da Mulher, antes do início da viagem, o clima foi de completa descontração entre as participantes. Foi um dia de sair da rotina, trocar receitas, contar piadas e histórias, muitas risadas e diversão. Algo que faz a diferença para a saúde física e mental dessas mulheres tão especiais.

Edilene Knabben, de 55 anos, é uma delas. A moradora do bairro Limeira Baixa, mãe de duas filhas, tem história com o câncer de mama há 10 anos. Já fez mastectomia radical, quimioterapia, e nesse período, surgiu metástase óssea. O tratamento não é fácil e são muitos medicamentos.

“Agora estou com uma calcificação muito grande nos ossos da coluna, e vou ter que fazer uma cirurgia na coluna, mas mesmo assim eu estou muito feliz pois vou fazer a reconstrução da mama”, revela, com sorriso nos lábios.

Ela, que é uma das fundadoras do grupo Mulheres Polivalentes, diz que o pontapé inicial para a sua criação foi da Secretaria de Saúde. “No começo, nos chamaram para uma reunião simples, para servimos de apoio umas para as outras. A gente começou em 2015 o grupo de fato, com três mulheres. Agora temos um grupo maior, e eu que dei o nome, pensando em Poli de Policlínica e valentes, porque é o que somos, ficando Polivalentes”, conta.

Edilene fala da importância que o Mulheres Polivalentes tem na sua vida. “Eu, particularmente, que não tenho muitas opções de diversão. Tenho uma filha de 12 anos, e não tenho muita disponibilidade financeira. Então, espero esse dia com muita vontade, para ver as amigas, as enfermeiras, o Doutor Oswaldo e o Doutor Guilherme, mastologista. A gente conta nos dedos quantos dias faltam para nos encontrarmos. A dor física é diferente uma da outra, porém quando a gente tá num grupo, uma ajuda a outra. Eu faço uma relação com uma corrente de bicicleta, se um dente quebra da corrente, a bicicleta não”.

A ida do grupo a Pomerode e Blumenau foi viabilizada pela Secretaria de Saúde, que garantiu o transporte das mulheres.

Mútua ajuda e superação

O grupo Mulheres Polivalentes existe desde 2015 e é desenvolvido na Secretaria de Saúde, por meio da Clínica da Mulher. A proposta é que, ao compartilhar a dor, ela seja amenizada em cada mulher que recebe o diagnóstico de câncer.

Os encontros ocorrem uma vez por mês e envolvem atividades de conhecimento, com a presença de profissionais de diversas áreas, além da interação e troca de experiências. E ainda, atividades de entretenimento de lazer, tanto em ambientes fechados quanto em locais externos e abertos, para contato das mulheres com a natureza.

Segundo a coordenadora do grupo, enfermeira, Thaisi da Cunha, a ação é muito importante. “Realizamos atividades diversificadas, com muita troca de experiência, além de organizarmos palestras, bingos, passeios, pois sabemos que o câncer é um assunto importante e delicado, mas juntas elas acabam aprendendo umas com as outras, quem já teve o tratamento, com quem está iniciando, é muito satisfatório”, analisa.

O grupo é aberto à participação de todas as pessoas interessadas. Quem quiser integrar o movimento, pode entrar em contato pelo telefone (47) 3255–6840, que também funciona como WhatsApp.